Thursday, September 02, 2010

No "whatif´s" in my dictionary...

Uma confissão, hoje podia muito bem ter morrido.

O dia a chegar ao fim e eu estava a surfar no lugar do costume, na cova do vapor. Altas ondas, com tamanho, metro e meio, vento offshore, resumindo, uns "granda cacetes", como ouvi alguém gritar dentro de água. Atiro-me a uma onda do set, determinado a desfazer a onda toda, faço o bottom e encaixo no tubo dizendo "olá" às suas belas entranhas. A seguir mando-me à crista da onda, e na minha tentativa de backflip aterro em seco na base da onda com alta violência. Naturalmente perdi o controlo da prancha, sendo sugado pela massa de água como quem foi enfiado na máquina de lavar loiça com a centrifugação no máximo. Nisto, e ainda não percebi como que é possível, o shop da prancha entrelaça-se ao mesmo tempo na minha perna direita e no braço esquerdo, fazendo lembrar as pobres vitimas que eram lançadas ao mar pelos piratas.
Agora o inexplicável, em vez de entrar em pânico, num instante fiquei inundando de uma serenidade total, como quem descansa nos braços da sua pessoa amada. Não sei bem quanto tempo estive de baixo de água, mas sem pressas, e apreciando o momento - que ironia não?- , lentamente soltei a perna e de seguida abri o shop do braço para que a prancha deixasse de me arrastar para aonde quer que fosse a vontade do mar.

Não vou divagar sobre os "porquês" do que me aconteceu, nem ficar amedrontado, foi o que foi, deu no que deu, e saí ileso. Ás vezes o amor tem destas coisas, moí mas nunca mata...

Mas que grande surfada que foi...

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