Tuesday, September 28, 2010

Cause with no effect...

Enquanto esperava o teu eco,
o silêncio deu lugar à minha dor,
Vibrando surdamente um tempo vazio,
Distante de um sonho sem sentido.

Desci novamente ao meu ser,
Alma despida e de criança,
Prefiro sentir e sofrer,
Que fugir e sonhar.

Cego dou costas ao futuro,
Ainda sem lágrimas,
Sempre com dúvidas,
Presente, sem abraçar o passado.

Thursday, September 09, 2010

CV

Em ti posso sonhar,
soltar o meu coração e sofrer
Em ti posso esperar,
largar a minha vida e morrer.
Em ti posso amar,
perder tudo e renascer.

Em todas as formas és bela,
apenas a tua força te faz respirar.
Só num lugar te deixas ver,
apenas tu me fazes vibrar,
Quando expões o teu olhar,
apenas tu me dás sentido.

Thursday, September 02, 2010

No "whatif´s" in my dictionary...

Uma confissão, hoje podia muito bem ter morrido.

O dia a chegar ao fim e eu estava a surfar no lugar do costume, na cova do vapor. Altas ondas, com tamanho, metro e meio, vento offshore, resumindo, uns "granda cacetes", como ouvi alguém gritar dentro de água. Atiro-me a uma onda do set, determinado a desfazer a onda toda, faço o bottom e encaixo no tubo dizendo "olá" às suas belas entranhas. A seguir mando-me à crista da onda, e na minha tentativa de backflip aterro em seco na base da onda com alta violência. Naturalmente perdi o controlo da prancha, sendo sugado pela massa de água como quem foi enfiado na máquina de lavar loiça com a centrifugação no máximo. Nisto, e ainda não percebi como que é possível, o shop da prancha entrelaça-se ao mesmo tempo na minha perna direita e no braço esquerdo, fazendo lembrar as pobres vitimas que eram lançadas ao mar pelos piratas.
Agora o inexplicável, em vez de entrar em pânico, num instante fiquei inundando de uma serenidade total, como quem descansa nos braços da sua pessoa amada. Não sei bem quanto tempo estive de baixo de água, mas sem pressas, e apreciando o momento - que ironia não?- , lentamente soltei a perna e de seguida abri o shop do braço para que a prancha deixasse de me arrastar para aonde quer que fosse a vontade do mar.

Não vou divagar sobre os "porquês" do que me aconteceu, nem ficar amedrontado, foi o que foi, deu no que deu, e saí ileso. Ás vezes o amor tem destas coisas, moí mas nunca mata...

Mas que grande surfada que foi...

Horizontes

A minha vida mudou, quem sou, estou agora a descobrir, tenho um novo tempo, uma nova alma.
Não procuro alimentar a minha sede, a minha sede é que me alimenta a mim.
De todas as formas, mas nunca imaginei viver assim, quando em nenhum tempo me senti tão sereno, acho que finalmente sei para onde vou..