À uns tempos atrás viva o dia inteiro à espera daqueles instantes que me fizessem sentir vivo, tinha os meus escapes: a minha namorada, o desporto, por vezes outras coisas simples, como o calor do sol a bater-me na cara. Mas não passavam disso, de instantes, era como se nas 24 horas do meu dia, eu apenas estava acordado 20 segundos. No momento em que fazia um drop, quando recebia um sorrido seguido de um beijo e pouco mais...
De facto, estes instantes possuiam uma força incrivel, fugida de todos os preconceitos e medos, e deixava-me perder, esqueçendo o tempo. As palavras chaves nesta altura da minha existência eram essas exactamente, fugir, perder, esquecer. O que sentia era verdadeiro, não posso em causa isso, mas exterior a isso, todo o contexto que me levava a sentir assim era falso, egoísta e profundamente amargurado.
Compreendo agora que não preciso de ter escapes, basta-me respirar fundo e fechar os olhos, escutar e sentir tudo o que me rodeia e imediatamente volto a encontrar o meu pequeno lugar neste universo...Se por um lado, fico triste por perceber que posso ter perdido muita coisa importante na minha vida por ter acordado apenas agora, sinto que sou, apartir de agora, uma pessoa capaz de amar e ser feliz como nunca.
Não me elevei a um nível de consciência superior aos outros seres, não me tornei energia pura, nem sequer deixei de senti a dor. Não sou um humano especial, não sou alguém nem niguém. Tentar justificar os nossos actos em razões de orgulho não é solução...Apenas estou vivo e respiro.
Amanhã quando me deitar sei que o sol vai nascer no meu dia depois de amanhã...outra vez...
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