Acho que finalmente compreendi, a questão reside na forma como a minha voz ecoa na minha estrutra óssea da cabeça. A vibrações produzidas pela frequencia das minhas cordas vocais, adormecem a parte do cérebro responsável pela verbalização dos meus pensamentos. Assim, tomei a decisão mais importante da minha vida, vou-me tornar mudo por opção, comprei um moleskine, e vou passar a transportar para o papel tudo aquilo que pretendo dizer.
Se pensares bem, isto trará uma serie de vantagens. Por exemplo, vou deixar de incomondar as miudas giras que passam por mim com piropos parvos, substituindo o pioropo por uma simples frase no meu caderninho, escrita em letras termidas, revelando algum nervosismo e timidez, dizendo, "Olá, queres trocar cartas de amor comigo?". Além da originalidade da aproximação, algo que agrada à intuição do sexo oposto, também poderá ser utilizado inumeras vezes, diminuindo a minha pegada ecológica.
Económicamente, fará com que a minha conta do telemovel seja reduzida drásticamente, assim, o dinheiro que não gasto em telecomunicações de voz, puderei aplicar em mais viagens. Por alto, pouparei cerca de 500 euros por ano, o que significa que posso ir 4 vezes por ano visitar o Gonçalo a Inglaterra, ou 5 vezes a Bruxelas ter com a Inês, ou 10 vezes a Madrid visitar o museu do Prado, ou 14 vezes a Sagres surfar e relaxar.
Mas o mais importante, é que libertando o meu cérebro da capacidade de verbalização, fará com que a minha inteligencia seja aumentada exponencialmente, e portanto, finalmente puderei ter um QI equiparável a uma pessoa normal, algo que sempre sonhei. Tabuada dos nove e formula resolvente, aí vou eu!
Certamente concordas comigo, até porque, assim deixarás de me aturar ao telemovel, e aqueles momentos de silêncio francamente "tristes" vão desaparecer.
Portanto só me resta escrever...
Queres trocar cartas de amor comigo?
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