Monday, May 24, 2010
Sunday, May 16, 2010
O Amanhã
Dou um passo em frente através da minha dor,
Entrego-me nu, incandescente e agora.
Não tenho lugar para estar, quero caminhar
Não sou luz, sou uma chama.
A quem me quis arrancar a Alma,
Entrego o sangue que me arde no corpo
Se nas suas vontades sou invisível,
No seu coração pulso e vou arder.
Esta é a hora do agora
Inspiro o ar que me solta,
Expiro a dor da minha força,
Resolvo a ira que esconde o meu futuro...
Tuesday, May 11, 2010
Breves #1
...E naquele dia de chuva, finalmente ele decidiu enfrentá-lo. Caminhava através de um compasso preciso e artificial, reflexo de todas as incertezas produzidas pelo racionalismo da mente. Sentia-se frio, deslocado, apenas sabia que não queria ali estar.
Por momentos parou, olhava de frente a montra de um pequeno café, aonde, sem nada ouvir, sentia as gargalhadas de um casal que partilhavam fotografias, talvez de uma viagem que recentemente fizeram. Como quem vê um filme que nada lhe diz, lança os olhos no pavimento molhado, encostando o queixo ao seu ombro direito, os seus pensamentos fixam-se no que não quer dizer...
Friday, May 07, 2010
Boom Boom
Acabei de ver um daqueles filmes "pipoca", cheio de amor, romance, "bad things turn into good feelings", muita dança, corpos perfeitos, caras lindas, miúdas de morrer. Todos aqueles apetitosos ingredientes que forçam as mentes menos expostas às sensibilidades do coração a atirar uma pedra à tela. Continuando... o argumento era mais que previsível, os dialogos cheios de clichés, altamente "corny", bla bla bla, bla bla bla.
Mas por vezes quando a alma carece, não é preciso muito para mover uma montanha... mesmo que seja por breves instantes.
Bem vou ler Paul Auster para voltar ao meu lugar.
Monday, May 03, 2010
As peças do puzzle
Pensei durante muito tempo que a realidade da vida seria demasiado dura para as analogias e metáforas das palavras, que a dor que nos atinge durante a nossa existência seria demasiado penetrante para ser libertada pela corrente de uma frase...
Mas em torno deste caos aparente, no seio de todos os elementos que aleatoriamente compõem a matriz da vida, por vezes, uma poética expõe um estar surpreendente. Sem razões próprias, atómicamente o espaço responde com total precisão ao tempo.
Hoje, dia da mãe, ele sentiu-a partir. Aqueles olhos calmos, que fixavam o infinito, finalmente largaram o horizonte. Depois de tanta dor, o seu corpo cedeu às forças do tempo e decidiu a sua hora. Hoje as lágrimas foram adoçadas pelo encanto deste especial domingo.
A realidade é cruel. É em tudo e em todos, no mesmo momento bela e mortifera, tanto dá, como nada entrega, nada faz durar.... Mas por vezes, faz questão de ser delicada apenas...
Hoje, dia da mãe, ele agradeceu o toque de magia dado à sua mágoa...
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