Não existem momentos chave nas nossas vidas, o mito do flashback em que decidimos seguir certo rumo na nossa esfera. O que existe é o acordar do nosso interior para a realidade e a aceitação da nossa existência como ela é, fisica, espacial e emocional. Quem sabe do que eu falo, sabe que o futuro não representa absolutamente nada e reconhece que tudo reside enquanto respiramos, pensamos e agimos. Todas as demagogias e a análises que implicam uma projecção numa realidade virtual próxima não passa disso mesmo, realidade virtual.
É de facto dificil viver sem pensar no momento a seguir, mas a maior angustia é aquela em que sentimos que nunca estamos presentes e somos espectadores nas nossas próprias vidas. Isto vai desde as coisas mais simples aos momentos mais intensos. Desde ouvir uma música que nos aquece o coração, ao saborear o vento que nos caricia a cara, até à troca de olhares que repente emana um amor dentro de nós...
A vida não é uma história para ser contada, não tem argumento e os actores, se existem, estão então mortos por dentro. A vida é um anel de emoções e uma sequência de um todo que flui exterior a nós próprios. Viver para mim não consegue conter metáforas, poemas, nem retratos, e sei que não vou existir o tempo suficiente para respirar todos os planos deste universo. Portanto, a vida não encontra uma definição a não ser por negação das partes que não lhe são complanares....
Espero apenas, quando deixar de existir não precisar de recorrer à minha memória para fechar os olhos, sorrir e morrer pleno...
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