Wednesday, June 29, 2005

Aberto das 2 ás 6...

Eu compreendo porque é que espero todos os dias pelas horas de lá estar...É dos poucos lugares aonde posso existir, sem alguma vez ter sido. É como se me pudesse reinventar, ou pelo menos ser sincero sem ter que pensar nas merdas que já fiz, nas mentiras que já contei ou nas pessoas que noutros tempos magoei.

Eu sei, eu sei que o fim está próximo, isso porque o lugar está a penetrar na minha esfera, isso porque mais cedo ou mais tarde vou errar naquela "sliding door" e sem qualquer tipo de hesitação temporal a minha vida retomará o seu percurso.

O mal não está no lugar, mas em tudo em que a minha vida toca, o mal está em mim e propaga-se incontrolavelmente por todos aqueles que pensam que eu existo. Não me considero um parasita, mas não entendo o que sou, não consigo já corresponder a nada...nem mesmo à morte. De tudo em mim, só quero que o tempo deixe de pertencer ao passado...

Wednesday, June 08, 2005

A Discussão que não pode ter fundamentos...

Bem, quando mais velho fico (não sendo um sinal de mais inteligência), menos consigo encontrar referência para sustentar os nossos gostos, vontades e liberdades. Cada vez mais sinto que nada é eu enquanto um resultado puro de uma resposta a emocional a uma situação da realidade. Eu sei que gosto de certas cores porque assim aprendi, assim se tornaram hábito ou porque assim, num certo instante da minha vida, fez com que eu optasse por preferir certos elementos em detrimento de outros.
Daí que angustiado começo a entender que nada em nós é porque somos livres...a única liberdade que possuímos, se possuímos, é da sentir a dor fisica....

Saturday, June 04, 2005

Se a vida fosse apenas tridimensional...

Temos razões para pensar que vivemos, mas vivemos ser encontrarmos uma única razão para a vida. Falamos de amor, felicidade, honestidade, mas nada nos faz sentir agarrados ao mundo. Vivemos sim, nas nossas realidades, cidades, vilas, aldeias ou casas de campo (ou á beira mar), sem qualquer percepção do que nos faz respirar ou sentir.

Ok não posso falar em nós, porque não conheço um "nós", portanto corrijo, troco os pluriais pela primeira pessoa...

Apesar de diáriamente me sentir isolado e sozinho, vivo uma vida plena de amizades, amores e alegrias. Não morro á fome, não levo porrada, nem se quer tenho que acordar antes do nascer do sol para ir trabalhar (quando tenho que trabalhar). Mas as minhas angústias não residem na minha vida, mas sim no mundo que é exterior. Sofro porque não consigo entender como os outros se fazem felizes, ou como uma mãe se agarra ao filho sem perceber o tão egoísta que é...

Não tenho conhecimentos teóricos para falar o que falo...eu sei, sou um triste. Mas mesmo sem sentir pena de mim mesmo vivo na esperança que um dia, mas apenas um dia, irei chorar porque me sinto feliz... e aí, os portões da morte ir-se-ão abrir sem quaisquer tipo de receios para a minha pessoa.